Sete pessoas morreram e outras 130 mil foram afectadas em Inhambane na sequência de um ciclone tropical que atingiu províncias do sul de Moçambique, informou o director do Centro Nacional Operativo de Emergência (CNOE).
Falando
durante uma conferência de imprensa de avaliação preliminar do impacto do
ciclone tropical Dineo, Maurício Xerinda disse que só na província de
Inhambane, a mais atingida pelo fenómeno, perto de 20 mil casas foram
destruídas e 104 salas de aulas ficaram danificadas.
“Neste momento, decorrem os trabalhos para
actualização de dados, mas temos problemas devido a falta de comunicação, na
medida em que as vias de acesso foram densificadas e temos o problema da falta
de comunicação“, afirmou Xerinda, acrescentando tanbem que boa parte
da província de Inhambane está às escuras devido à queda de postes de energia.
Os
distritos de Massinga, Morrumbene, Maxixe, Jangamo, Zavala, Homoíne Vilanculos
Inharrime e Inhassoro, todos na zona costeira, foram os mais atingidos pelo
ciclone, um fenómeno que levou as autoridades moçambicanas a ativarem os
centros operativos de emergências em todos estes locais.
De acordo
com o director do CNOE, 49 unidades hospitalares foram afectadas e 51 edifícios
públicos foram parcialmente destruídos, além de três torres de comunicação
terem sido derrubadas.
“Estamos a providenciar tendas e alimentos
para as famílias afectadas“, observou a fonte, que garante que o
Governo moçambicano continua a monitorar a situação em Inhambane e também Gaza,
onde os danos do ciclone foram menores e não houve vítimas mortais.
Contacto
pela Lusa, o meteorologista Acácio Tembe, do Instituto Nacional de
Meteorologia, disse que o ciclone, que chegou à zona costeira de Inhambane na
quarta-feira, está a perder a sua força e espera-se que se transforme, nas
próximas horas, em baixa pressão.
“Neste momento, podemos dizer que já nem é um
ciclone, mas sim é uma depressão tropical. Está a perder força e agora
dirige-se para o norte da província de Gaza, onde poderá parar na fronteira com
a África do Sul“, observou o meteorologista.
O ciclone,
que começou como uma depressão tropical, formou-se no canal de Moçambique e, à
medida que se aproximava da costa, aumentou a velocidade, tendo os ventos, até
ao meio-dia de quarta-feira, atingido uma velocidade de mais de 100 quilómetros
por hora, com rajadas de cerca de 150 quilómetros por hora.
Falando na abertura do Primeiro Seminário Internacional da Rede de Provedores de
Justiça, em Maputo, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, expressou a sua
preocupação com as populações afectadas, garantindo que o Governo tudo fará
para assistir as pessoas atingidas pelo fenómeno.
“Queremos aqui deixar uma mensagem de muita
força e coragem e o Governo tudo fará para dar uma resposta o mais rápido
possível aos efeitos destes desastre natural“, referiu o chefe de
Estado moçambicano.
Por Momade Selemane Iahaia
Por Momade Selemane Iahaia